Afinal, R1 sofre tanto mesmo?

carreira

Um dos momentos mais intensos na residência ocorre no primeiro ano, conhecido como R1.

Essa fase, reconhecida pela alta carga de trabalho, pressão e responsabilidade, tem sido motivo de preocupação para muitos estudantes de medicina.

Embora essencial, será mesmo que esse início de residência é tão desafiador assim?

Quantas horas? ⏰

De acordo com a pesquisa Demografia Médica de 2023, os residentes gastam, em média, 79 horas e 12 minutos por semana em todas as suas atividades, excedendo significativamente as 60 horas semanais legalmente preconizadas.

Das 79 horas, cerca de 16 horas e 12 minutos são dedicadas a tarefas administrativas, 39 horas e 18 minutos semanais em atendimento, além de 15 horas e 36 minutos em plantões.

Situações extremas 🚨

Em 2022, médicos residentes do primeiro ano da especialização em Ortopedia e Traumatologia da Unicamp se demitiram coletivamente, alegando práticas abusivas, como a exigência de plantões de 40 horas.

Assédio 😠

Quase 42% dos médicos residentes afirmam ter sofrido assédio, sendo a maior parte deles R1. Isso não é uma questão que aflige somente residentes, pois 9 em cada 10 estudantes de Medicina da USP relatam já ter sofrido algum tipo de agressão.

Saúde mental do médico 🧠

69,4% dos médicos brasileiros já apresentaram sinais de depressão durante a vida. A ansiedade é ainda mais prevalente, pois 79,6% apresentaram sintomas do transtorno.

Como a demanda do serviço de residência tende a ser maior para os “calouros”, a estafa mental deles também pode aumentar. Segundo estudos, a saúde mental do R1 é a que mais sofre. Por isso, é essencial trazer o tema à tona, denunciar assédios e entender formas de equilibrar a rotina de todos os estudantes.

R1 também é conquista🍾 

Se você passou ou ingressou no R1, saiba que é um vitorioso e faz parte de um grupo que é fundamental para a manutenção da saúde no país.

E por fim: respondendo ao título deste conteúdo, o R1 realmente sofre. Os desafios para se tornar um médico especialista são grandes, mas as conquistas são ainda maiores.