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ajudar a morrer
sinal verde ou vermelho?
edição #280
café e plantão
bom dia ☕️
chegamos pontualmente entre um café e uma troca de plantão. se atualize com as melhores notícias do mundo médico.

na news de hoje:

🗞️ atualidades
Ajudar a morrer: sinal verde ou vermelho?
por Dr. João Carvalho e amo medicina

Reprodução Unsplash
A eutanásia voltou às manchetes depois que a Assembleia Nacional francesa aprovou, por 305 × 199 votos, um projeto que permite “ajuda para morrer” a maiores de 18 anos com doença incurável e sofrimento considerado intolerável. A proposta ainda segue ao Senado, mas o debate já cruzou o Atlântico.
No Brasil, a prática continua proibida: o Código Penal enquadra a eutanásia como homicídio privilegiado (art. 121, §1º), punindo mesmo atos “piedosos”. Já o suicídio assistido e qualquer forma de prescrição letal também configuram crime, enquanto a ortotanásia — limitar tratamento para não prolongar artificialmente a vida — é aceita desde que respeite a Resolução CFM 1805/2006 (revalidada judicialmente em 2010).
Vozes a favor defendem a autonomia do paciente, o direito constitucional à dignidade humana e a existência de salvaguardas como colegiado médico e períodos de reflexão, inspirados no “modelo francês”. Argumentam que legalizar não substitui, mas complementa os cuidados paliativos, oferecendo escolha a quem não encontra alívio.
Críticos alertam para dilemas éticos (o dever hipocrático de não matar), pressões sobre pacientes vulneráveis e objeção de consciência de profissionais. As confissões religiosas majoritárias—católica e evangélica—sustentam a inviolabilidade da vida. Associações médicas temem falta de estrutura paliativa e risco de banalização.
Casos emblemáticos já chegaram aos tribunais, como o menino Jheck (AP, 2005) e a jovem Carolina Arruda, que pleiteou viajar à Suíça para morrer dignamente. Nenhum gerou precedente favorável à prática; acabam se resolvendo fora das cortes ou no exterior.
Especialistas apontam convergência mínima: ampliar o acesso a cuidados paliativos, ainda inexistentes em mais de metade dos municípios brasileiros. Na nova legislação francesa, a garantia de paliativos foi aprovada por unanimidade em votação paralela, sinalizando que autonomia e compaixão podem caminhar juntas.
Ao reabrir o tema, Paris lembra Brasília de que o debate sobre morrer bem é, antes de tudo, sobre viver com dignidade — e que ignorá-lo não o faz desaparecer.
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🩺 especialidade destaque de hoje
Entre antídotos e venenos: toxicologia médica

Na prática, o toxicologista lida com dois grandes blocos de conhecimento. O primeiro são os toxíndromes — conjuntos de sinais que apontam para grupos de substâncias (ex.: batimentos lentos + sudorese sugere intoxicação colinérgica). O segundo é o manejo: carvão ativado, soros antiofídicos, diálise ou antídotos como a hidroxocobalamina, explicados de forma que qualquer residente entenda por que “puxa” o cianeto e salva o paciente.
E onde estão esses profissionais? Segundo a Demografia Médica 2025, só 22 médicos no país têm certificado oficial em Toxicologia Médica, o que representa 0,1 % de todas as áreas de atuação; eles concentram-se principalmente no Sudeste. Ou seja, é um mercado minúsculo e com altíssima demanda.
Quer se tornar um deles? O caminho segue três passos principais:
graduação em Medicina (6 anos);
residência ou título prévio em clínica médica, pediatria, medicina intensiva ou pneumologia;
formação em toxicologia: residência específica ou atuação comprovada por 2 anos em serviço reconhecido (por exemplo, um CIATox), seguida de prova da AMB; tudo regulamentado no edital de 2023 e na Resolução CFM 2.380/24, que ainda adicionou Medicina do Trabalho como pré-requisito aceito.
Toxicologia médica pode parecer exótica, mas é justamente essa raridade que faz dela uma carreira estratégica: em um país com milhões de atendimentos por intoxicação e poucos especialistas, quem domina venenos se torna antídoto para o sistema de saúde.
🔎 med escolha
já parou pra imaginar como será o seu dia a dia ao fazer a escolha errada da sua especialidade?
essa difícil decisão muitas vezes pode ser enviesada por parentes, amigos ou baseada em incertezas e pouca informação. o fato é que quanto a rotina de trabalho bate à porta, o peso de ter feito uma escolha sem segurança impacta no desempenho e satisfação dos profissionais de medicina.
foi pensando na realidade de médicos recém formados e estudantes de medicina, que cobram por respostas, mas não conseguem ter certeza na decisão da especialidade médica, que o med escolha foi criado

💡 dicas do amo

📰 rapidinhas
💣️ cenário de guerra. Médicos Sem Fronteiras diz que 94% dos hospitais de Gaza estão destruídos.

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🇧🇷 notícia do brasil
Recém-nascida é internada após primeiro banho na maternidade

Reprodução Unsplash
Uma bebê recém-nascida apresentou lesões na pele após o primeiro banho em um hospital de Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, no último domingo (22). Ela foi transferida para Belo Horizonte e, em nota, o Hospital João XXIII informou que a criança está “recebendo toda a assistência necessário ao seu caso”.
O Ministério Público do Acre (MPAC) está investigando o caso. De acordo com o órgão, a família relatou que a bebê teria sofrido as lesões por conta da água quente do banho, no entanto, o MPAC apontou que a equipe médica informou que a criança apresenta suspeita de epidermólise bolhosa - uma doença rara de origem genética que provoca fragilidade na pele e formação de bolhas semelhantes a queimaduras.
Pela gravidade da situação e necessidade de esclarecimentos, o caso está sendo investigado em detalhes.

🌍 notícia do mundo
Cientistas identificam grupo sanguíneo inédito em francesa nascida na ilha de Guadalupe

Reprodução Unsplash
Uma francesa originátia da ilha de Guadalupe foi identificada como a única conhecida portadora de um novo tipo sanguíneo, denominado Gwada negativo. Em 2011, foi identificado nessa paciente um “anticorpo muito particular e desconhecido”, mas os meios técnicos da época não permitiam continuar as investigações, explicou o farmacêutico e biólogo médico Thierry Peyrard.
Os cientistas puderam resolver o mistério a partir de 2019, graças à uma sequenciação de DNA de altíssima velocidade, que revelou a mutação genética. A descoberta foi oficializada no começo de junho em Milão, pela Sociedade Internacional de Transfusão de Sangue (ISBT), e o nome “Gwada negativo” faz referência às origens guadalupenses da paciente.
Hoje, sexagenária, a paciente tinha 54 anos quando foi detectado o anticorpo desconhecido durante alguns exames rotineiros prévios a uma operação cirúrgica. Esse grupo sanguíneo raro é herdado de ambos os progenitores, cada um dos quais era portador do gene mutado.

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