Brasil bate recorde de transplantes

85% são realizados pelo SUS

edição #273

progresso

todo progresso começa com um passo fora da zona de conforto.

🗞️ atualidades

Acesso à cirurgia bariátrica ampliado

por Dr. João Carvalho e amo medicina

Reprodução Unsplash

O Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou recentemente uma resolução inovadora (nº 2.429/25) estabelecendo novos parâmetros para a cirurgia bariátrica e metabólica, trazendo mudanças significativas que ampliam o acesso ao procedimento no Brasil.

Com respaldo de estudos científicos recentes e intensa colaboração com especialistas da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), a nova regulamentação permite que pacientes com IMC entre 30 e 35, portadores de diabetes tipo 2 ou outras condições graves, tenham acesso ao procedimento. Antes, os critérios limitavam essa possibilidade.

Outra mudança marcante é a ampliação da faixa etária. Adolescentes a partir de 14 anos, que sofram de obesidade grave e complicações clínicas, agora poderão ser operados após avaliação multidisciplinar e consentimento familiar. A resolução também remove restrições anteriores relacionadas ao tempo de convivência com diabetes e idade máxima para o procedimento.

Para assegurar segurança e eficácia, o CFM determina que as cirurgias sejam realizadas exclusivamente em hospitais certificados, com estrutura adequada para procedimentos de alta complexidade, especialmente para pacientes com IMC acima de 60.

A norma ainda revisou as técnicas recomendadas. Procedimentos altamente recomendados, como o bypass gástrico em Y de Roux e a gastrectomia vertical (sleeve gástrico), são reforçados devido à eficácia comprovada. Técnicas anteriormente permitidas, como a banda gástrica ajustável e cirurgia de scopinaro, agora são desaconselhadas devido às altas taxas de complicações.

Segundo Juliano Canavarros, presidente da SBCBM, "essa resolução responde diretamente aos anseios de pacientes com obesidade grave, oferecendo uma solução duradoura e custo-efetiva para o controle da doença."

Com mais de 291 mil cirurgias bariátricas realizadas no país entre 2020 e 2024, a expectativa é que essas novas regras ampliem significativamente o número de beneficiados, proporcionando ganhos em saúde e qualidade de vida a milhares de brasileiros.

🩺 especialidade

O que você sabe sobre Mastologia?

Reprodução Unsplash

Todos os anos, estima-se que surjam 73.610 novos casos de câncer de mama no Brasil, mantendo a doença no topo do ranking oncológico feminino.

Isso explica por que a especialidade ganhou tanta relevância: já são mais de 2300 mastologistas filiados à Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), dos quais 1500 detêm título de especialista.

O futuro é agora. Na rotina diagnóstica, a mamografia com contraste desponta como “game changer”: detecta tumores menores em mamas densas, reduzindo falsos-negativos. 

Some-se a isso softwares de inteligência artificial já validados em congressos como o RSNA 2024, capazes de ler milhares de imagens e priorizar achados suspeitos em segundos.

Medicina de precisão. No bloco cirúrgico, técnicas oncoplásticas e reconstruções imediatas estão cada vez mais precisas; a cirurgia robótica começa a ser adotada em lumpectomias complexas, oferecendo margens seguras com cicatrizes ocultas. Nessa pegada, a biópsia do linfonodo sentinela guiada por fluorescência de verde-indocianina diminui tempo operatório e morbidade axilar.

Por trás de tanta inovação, não faltam desafios: apesar de o Brasil contar com 6550 mamógrafos em uso, a cobertura de rastreamento ainda patina abaixo de 60% da população-alvo. 

É aqui que você (quem sabe), futuro mastologista, faz a diferença: dominar tecnologia sem perder o olhar empático que acolhe, orienta e empodera cada paciente.

No fim das contas, a mastologia continua sendo, antes de tudo, a arte de cuidar de histórias – uma mama de cada vez.

🔎 med escolha

já parou pra imaginar como será o seu dia a dia ao fazer a escolha errada da sua especialidade?

essa difícil decisão muitas vezes pode ser enviesada por parentes, amigos ou baseada em incertezas e pouca informação. o fato é que quanto a rotina de trabalho bate à porta, o peso de ter feito uma escolha sem segurança impacta no desempenho e satisfação dos profissionais de medicina.

foi pensando na realidade de médicos recém formados e estudantes de medicina, que cobram por respostas, mas não conseguem ter certeza na decisão da especialidade médica, que o med escolha foi criado

📰 rapidinhas

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👉 Você vai sair pronto para:
Interpretar diagnósticos por IA (imagens, predição de doenças).
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Aplicar medicina de precisão com wearables e genômica.
Tomar decisões mais assertivas com o apoio da tecnologia.

🇧🇷 notícias brasil

Brasil bate recorde e faz mais de 30 mil transplantes em 2024, diz Saúde

Reprodução Unsplash

O Brasil ultrapassou a marca de 30 mil transplantes realizados em 2024, de acordo com dados divulgados na última quarta-feira (4) pelo Ministério da Saúde. O crescimento foi de 18% em relação a 2022, superando o cenário pré-pandemia da Covid-19 e representando um recorde no número de procedimentos realizados em um ano.

De acordo com a pasta, os órgãos mais transplantados em 2024 foram o de rim (6.320 transplantes) e o de fígado (2.454) entre os sólidos, e os de córnea (17.107) e o de medula óssea (3.743) entre os líquidos. Desses, 85% dos transplantes são realizados pelo SUS.

Em 2024, foram mais de 4 mil doadores efetivos, mantendo um patamar estável com relação a 2023. Ainda assim, é um desafio aumentar o número de doadores e, segundo o Ministério da Saúde, apenas 55% das famílias entrevistadas em 2024 autorizaram as doações de órgãos.

Diante do cenário, a pasta anunciou uma série de medidas para os próximos anos, como exames, diminuição do tempo entre doação e realização do transplante, revisão do regulamento para reduzir a negativa das famílias, entre outros.

🌍 notícias mundo

Pele de peixe salva vida de bebê prematura

Reprodução Unsplash

A história de Eliana começou há cerca de três anos, quando nasceu com 23 semanas de gestação pesando apenas 450 gramas. Ela passou 131 dias na UTI neonatal, período em que desenvolveu uma infecção grave no pescoço, o que resultou em uma ferida extensa.

À medida que a infecção avançava, Eliana desenvolveu sepse, que fez alguns de seus órgãos começarem a falhar. Foi quando a equipe médica sugeriu uma opção de tratamento surpreendente: no 86º dia na UTI, Eliana foi transferida para o Hospital Infantil Driscoll. Ela recebeu vários medicamentos, mas foi nesse outro hospital que a pele de peixe passou a fazer parte do cuidado da ferida.

Vanessa Dimas, cirurgiã plástica pediátrica do Driscoll, explicou que “a pele de peixe é microscopicamente muito parecida com a pele humana”. A pele de peixe, um produto médico feito a partir de bacalhau selvagem do Atlântico Norte, funcionou como uma espécie de estrutura para que o novo tecido cutâneo pudesse crescer.

No estudo de caso, a ferida de Eliana apresentou resultados impressionantes e, após 10 dias de tratamento, a cicatriz ficou mínima.

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