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especialização: Pós-graduação vs. Residência

especialização: Pós-graduação vs. Residência

Uma pergunta comum a todo médico ou estudante de medicina que deseja se especializar é: “devo fazer pós-graduação ou residência?”.

De fato, cada opção tem seus pontos positivos e negativos e neste artigo vamos analisar juntos cada um deles. 

Dinheiro no bolso💸

Desde a época da faculdade, não existe nenhum aluno de medicina que não sonhe em receber o primeiro pagamento como profissional da saúde. 

Muitos acadêmicos fazem esforços financeiros gigantescos para obter o tão almejado CRM, seja contando com apoio dos familiares, seja recorrendo a financiamentos estudantis. 

Nesse sentido, quando se fala nas formas de se especializar o assunto dinheiro no bolso não pode ser negligenciado. 

De acordo com o Ministério da Saúde, depois do dia 1° de janeiro de 2022, a bolsa paga para os médicos residentes passou a ser de R$ 4.106,09.  O valor anterior era de R$ 3.330,43, representando um aumento de cerca de 21%. 

Além disso, alguns serviços de residência oferecem, na faixa, refeições e auxílio-moradia. Vale destacar que tramita pela Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 2803/2019, que visa aumentar ainda mais o repasse, que passaria a ser de R$ 11.865,00. 

Já no caso da pós-graduação, o médico precisa colocar a mão no bolso. O valor desses cursos depende de uma série de fatores, mas pode-se dizer que o investimento total fica em torno de R$100.000 a R$150.000.  

Por outro lado, você sabe que as vagas para residência médica não aumentam na mesma proporção que os formandos em medicina. 

Ou seja, os serviços de residência estão cada vez mais concorridos, o que muitas vezes exige o investimento em cursos preparatórios para as provas que podem custar mais de R$15.000 ao ano.

Ainda em relação ao preço, é importante colocar outra variável no seu cálculo…

Estudo e trabalho 📖

De acordo como o Conselho Nacional de Residência Médica é vedado ao médico residente ter outras fontes de renda além da bolsa da própria residência. 

Apesar disso, é comum que médicos residentes façam plantões para complementar a renda. 

Um ponto positivo para as pós-graduações é que nelas não há a obrigatoriedade da dedicação exclusiva, permitindo ao médico trabalhar no que desejar - inclusive é possível ter trabalhos com contrato ou carteira assinada, por exemplo. 

O tempo investido ⏳

Talvez um dos pontos que mais faça os médicos perderem noites de sono ao pensar na residência é a carga horária. 

Embora legalmente (lei 6.932, de 7 de julho de 1981, a lei de Residência Médica) a carga horária da residência não possa exceder 60 horas semanais, eu e você sabemos que na prática não funciona assim…

Muitos são os serviços em que os escravos residentes cumprem mais de 100 horas de trabalho todas as semanas. 

Também não é incomum que residentes não tenham seu direito de 6 horas consecutivas de descanso após um plantão de 12 horas resguardado. 

Ao colocar na ponta do lápis, o tempo investido para terminar uma residência (que pode durar de 2 a 5 anos) é bem grande!

Sobre esse ponto, aconteceu algo emblemático recentemente.

Foi o caso dos médicos residentes do primeiro ano da especialização em ortopedia e traumatologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Eles, após enfrentarem sobrecargas extremas como plantões de 40 horas (!), no dia 11/06/2022 deste ano, decidiram protocolar um pedido de demissão coletiva. 

No caso da especialização por pós-graduação, a duração mínima é de 360 horas que geralmente são divididas em um período de 12 a 18 meses. 

Além disso, é importante salientar que algumas pós são feitas à distância (EAD) de maneira síncrona (aulas online) ou assíncrona (aulas gravadas) e aos finais de semana. A residência, por outro lado, é presencial.

Qualidade do ensino 🎓

Existem tanto residências como pós-graduações em grandes centros de referência médica. O que difere um do outro - e pode impactar na qualificação do especialista - é justamente a carga horária prática

Sabemos que muitas vezes a segurança na prática médica vem das “horas de voo” atendendo e observando especialistas mais experientes. 

Na residência, 80% de toda a carga horária é prática, enquanto os 20% restantes é teórica. Isso garante que nessa modalidade a maior parte das vivências do aspirante à especialista será “colocando as mãos na massa”.

Já as pós-graduações mesclam disciplinas teóricas e práticas de uma forma menos objetiva. 

Afinal, não existe uma regulamentação do MEC que define a obrigatoriedade das aulas práticas nesse tipo de especialização médica. De fato, de uma forma geral as pós-graduações têm menos prática que as residências.

Título de especialista 📄

O médico, ao concluir a residência, recebe seu respectivo título de especialista reconhecido pelo MEC. 

Já no caso da pós-graduação, ao encerrar o conteúdo programático, é preciso ser aprovado na prova de título de especialista reconhecida pela Associação Médica Brasileira na área de especialidade escolhida. Somente então pode-se atuar como especialista.

Vale pontuar que ambas as especializações possuem avaliações periódicas e a reprovação nelas resulta na necessidade de repetir os ciclos. 

E agora, qual escolher? 🎯

Agora é com você. 

Cada forma de especialização possui seus ônus e bônus

Cabe analisar qual das opções é mais interessante para sua situação e objetivos. 

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