na news de hoje:

🗞️ atualidades

Reprodução assistida: bebês, bioética e burocracia

por Dr. João Carvalho e amo medicina

Você sabia que a medicina reprodutiva está desafiando não só a biologia, mas também o Direito e a ética médica? Técnicas como fertilização in vitro, doação de gametas e gestação por substituição (a famosa barriga solidária) já transformaram o sonho da parentalidade em realidade para milhares de pessoas — inclusive no Brasil.

Hoje, a doação de esperma e óvulos é permitida, mas com regras: pode ser feita por parentes até 4º grau ou por doadores anônimos. E um detalhe importante: não pode haver pagamento — é tudo com base na solidariedade. O mesmo vale para a barriga solidária: se a mulher for amiga dos pais, precisa de autorização especial do CFM e assinatura de um termo de consentimento.

💡 Curiosidade: você sabia que o primeiro bebê de fertilização in vitro nasceu em 1978? Hoje, mais de 8 milhões de crianças vieram ao mundo graças a essas técnicas!

O problema? O Brasil ainda não tem uma lei específica sobre reprodução assistida. Isso significa que muita coisa vai parar na Justiça. Surge então uma avalanche de dúvidas: quem é o pai legal em casos de doação de embriões? Casais homoafetivos têm os mesmos direitos? E a tal da multiparentalidade, onde mais de dois adultos podem ser reconhecidos como pais legais?

Agora, imagine o que vem por aí: edição genética com CRISPR, debates sobre clonagem reprodutiva e o eterno dilema entre tratamento e aperfeiçoamento genético.

⚠️ E sim, no Brasil, é proibido editar geneticamente embriões humanos com fins reprodutivos.

A reprodução assistida é, sem dúvida, uma das grandes conquistas da ciência moderna. Mas seu avanço exige diálogo constante entre medicina, sociedade e legislação. No fim das contas, formar uma família deve ser um ato de amor — e também de responsabilidade ética.

👉 Conta pra gente! Sua opinião ajuda a refletirmos juntos sobre os desafios e possibilidades dessa revolução silenciosa na medicina.

🩺 especialidade destaque de hoje

Coloproctologia: especialidade que cresce com a idade

À medida que o Brasil envelhece, a coloproctologia ganha importância e sutileza. Segundo o Censo Médico de 2023, o número de coloproctologistas cresceu quase 70% de 2012 a 2022, atingindo, hoje, de acordo com a Demografia de 2025, 2.360 profissionais. Esse crescimento reflete o aumento de doenças específicas, principalmente entre idosos.

Aproximadamente 19% dos pacientes atendidos em ambulatórios da especialidade têm mais de 60 anos. Entre os quadros mais frequentes nessa faixa etária estão as doenças diverticulares do cólon, pólipos e câncer colorretal — condições que ocorrem de maneira significativamente maior em comparação aos mais jovens.

Apenas para ilustrar: pólipos são encontrados em até 15,6% dos maiores de 60 anos, contra 4% nos menores; já o câncer colorretal atinge 11% dos idosos versus cerca de 1% nos demais .

Ao mesmo tempo, problemas “menores” como constipação, diarreia, sangramento anal e dor abdominal também são temas recorrentes no atendimento geriátrico, embora a hemorroida ainda seja a causa mais comum de procura nos pacientes mais jovens. 

O avanço tecnológico acompanha essas demandas: métodos minimamente invasivos têm se destacado, com a colonoscopia intervencionista ganhando força para ressecção de lesões precursoras de câncer, reduzindo a necessidade de cirurgia aberta. Além disso, equipamentos a laser e técnicas robóticas e regenerativas — como o uso de células-tronco derivadas de gordura — estão sendo integrados à prática, especialmente em centros de referência .

Para estudantes e recém-formados, o aprendizado nessa especialidade envolve mais do que dominar técnicas e anatomia. Exige saber avaliar sinais de alerta em idosos, como sangramento oculto, interpretar colonoscopias com profundidade e alinhar os riscos cirúrgicos com o contexto funcional e comorbidades do paciente. Acima de tudo, trata-se de oferecer um olhar holístico, enxergando a pessoa por trás do quadro coloproctológico — e não apenas o sintoma ou a lesão.

🔎 med escolha

já parou pra imaginar como será o seu dia a dia ao fazer a escolha errada da sua especialidade?

essa difícil decisão muitas vezes pode ser enviesada por parentes, amigos ou baseada em incertezas e pouca informação. o fato é que quanto a rotina de trabalho bate à porta, o peso de ter feito uma escolha sem segurança impacta no desempenho e satisfação dos profissionais de medicina.

foi pensando na realidade de médicos recém formados e estudantes de medicina, que cobram por respostas, mas não conseguem ter certeza na decisão da especialidade médica, que o med escolha foi criado

💡 dicas do amo

• 📚 livro da semana: “O Corpo Fala – A Linguagem Silenciosa da Comunicação Não Verbal” – Pierre Weil e Roland Tompakow

• 🍿 filme da semana: “Guerra Civil” (2024) – Prime Video

• 🎧 podcast da semana: “Sob Pressão” – Globoplay

• 💡 produto da semana: Caneta cirúrgica de dupla ponta 

📰 rapidinhas

💩 confusão perigosa. hospital confunde infarto com gases e é condenado a indenizar paciente.

🌶️ estudo inédito. como pepinos-do-mar podem ser fundamentais para combater o câncer.

🕛️ a hora é agora. pesquisadora da ENSP/Fiocruz apresenta projeto sobre ampliação do acesso à testagem em Congresso Brasileiro de DST/Aids.

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🇧🇷 notícia do brasil

Anvisa alerta sobre efeito raro da semaglutida: “perda de visão repentina”

A semaglutida, substância presente nos medicamentos Ozempic, Rybelsus e Wegovy, pode causar perda de visão repentina devido a uma condição rara chamada neuroapatia óptica isquêmica anterior não-arterítica (Noiana). É o que diz o alerta emitido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária na última quinta-feira (12). Segundo o órgão, a condição pode ser irreversível e, quando os sintomas são detectados, exige atenção imediata.

Segundo a Anvisa, “os pacientes que tiverem sintomas como perda repentina de visão, visão turva ou piora rápida da visão durante o tratamento com semaglutida devem procurar atendimento médico imediatamente. Caso a Noiana seja confirmada, o tratamento com semaglutida deve ser interrompido”.

Com isso, a autarquia fez a solicitação da inclusão desse efeito colateral nas bulas dos medicamentos. A decisão foi tomada após análises do Comitê de Avaliação de Risco em Farmacovigilância da Agência Europeia de Medicamentos, que identificou a Noiana como um possível evento adverso da semaglutida. No sistema brasileiro de notificação de eventos adversos de medicamentos, o VigiMed, foram registradas 52 notificações de suspeitas de distúrbios oculares relacionados à semaglutida.

🌍 notícia do mundo

Homem que sofria de doença rara recebe doação do outro lado do mundo

Luke Melling, um homem de 31 anos de Melbourne, na Austrália, viajou 16 mil quilômetros para conhecer o estranho que salvou sua vida. Ele sofria de uma forma rara de câncer no sangue, e estava “encarando a morte” antes de receber um transplante de células-tronco de Alastair Hawken, de Lincolnshire, no Reino Unido.

Há três anos, Luke estava gravemente doente no hospital com linfoma de Hodgkin. Depois de esgotar todos os tratamentos, ele foi informado que precisaria de um transplante de células-tronco. Como ninguém do seu convívio era compatível, os médicos começaram a procurar um doador nos registros internacionais.

A compatibilidade entre os dois foi tão perfeita que agora eles acreditam que podem ter um parentesco distante, já que ambas as famílias são de Preston, cidade britânica. Para Alastair, o telefonema foi inesperado - ele havia se cadastrado no Registro de Doadores de Células-Tronco em 2008. Após a doação, as células foram congeladas criogenicamente para serem enviadas à Austrália.

Anos depois, o encontro veio: os dois se encontraram em Preston em maio deste ano.

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