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o ensino da medicina está ultrapassado?
o ensino da medicina está ultrapassado?
já ouviu falar sobre obsolescência do ensino da medicina? de fato, esse é um tema novo…
as tecnologias chegaram ✅
um pequeno passo para a humanidade…um grande passo para a medicina!
sim! as tecnologias vieram para ficar. isso é um fato que melhorou muito nossa profissão. mas será mesmo que a formação médica leva em conta que muito do que se aprende hoje nas faculdades de saúde poderia ser melhor com a tecnologia?
afinal, o tempo que se gasta decorando, por exemplo, a dose de metotrexato, poderia ser utilizado para desenvolver o raciocínio clínico ou a habilidade para contar notícias difíceis…
menos é mais. essa foi a conclusão do estudo publicado em 2021 pela Association of American Medical Colleges (AAMC), denominado “Accelerated 3-Year MD Pathway Programs”: “Graduados em escolas de medicina com três anos de duração estão tão bem-preparados para a residência médica quanto aqueles que se formam em programas de quatro anos”.
vale pontuar que nos EUA há 2 anos intensivos em disciplinas da saúde antes de entrar, de fato, no curso médico. seria algo como o ciclo básico aqui no Brasil, mas sem estar cursando realmente medicina.
tecnologia ainda é tabu 🤨
você médico ou estudante de medicina sabe muito bem que há profissionais mais experientes que dizem a icônica frase: “no meu tempo não era assim…”
até que ponto o saudosismo reflete um real compromisso com a melhora da formação médica? de fato, muitas coisas que ocorreram no passado durante a formação de um profissional da saúde não ocorrem mais hoje. Isso se deve a diversos fatores e, um deles, certamente é a maior quantidade de tecnologia.
contudo, ao invés de ver como algo bom a inserção das mais variadas tecnologias, alguns preceptores olham com completo desdém aos alunos ou residentes que propõem o uso de aplicativos que orientam condutas, como, por exemplo, o White Book.
ainda sobre esse assunto, é comum ouvir de colegas médicos que o “Dr. Google” está arruinando a medicina. na verdade, o que a internet fez foi democratizar o acesso ao conhecimento. isso inclui informar o paciente sobre sua saúde. assim, entender que esse processo veio para ficar é função do médico moderno, já que, só dessa forma, poderá construir uma forte relação médico-paciente.
robôs, robôs, medicina à parte 🤖
é claro que quem ama a medicina como você que está aqui agora busca ter um olhar cada vez mais humano para os pacientes. você sabe muito bem que cuidar de vidas é uma baita responsabilidade, mas, ao mesmo tempo, é uma grande honra.
nesse sentido, há um argumento ainda mais forte para defender a inclusão das tecnologias dentro do curso de medicina. afinal, robôs ou aplicativos não carregam e nunca vão carregar algo que o ser humano tem de único: a empatia.
parece que quanto mais um estudante de medicina dedica seu tempo com tarefas pouco edificantes do ponto de vista humano, mais vulnerável ele fica à frustração que, pouco a pouco, pode acabar com a empatia. isso é algo importante a se pensar, pois o foco da medicina é sempre oferecer o melhor cuidado ao paciente.
uma questão de políticas públicas 📊
não sei se você sabe, mas o Brasil é o 2º país do mundo com mais escolas médicas - só perde para a Índia! atualmente, temos mais de 350 faculdades, sendo cerca de 40% delas públicas.

fonte: Escolas Médicas.
mesmo assim, alguns rincões do nosso país ainda sofrem com a falta desses profissionais. dessa forma, pensar em maneiras de otimizar a formação sem sacrificar a capacidade técnica dos futuros médicos é algo, no mínimo, lógico.
além de oferecer mais médicos para atender a população, a redução do tempo de formação refletiria em uma economia substancial para a esfera pública. isso poderia ser revertido, inclusive em políticas de saúde para a população que mais necessita!
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